Segundo Plano - Chico Bento e sua família Sem
dúvida a parte mais importante do livro. Apresenta a marcha trágica e
penosa do vaqueiro Chico Bento com sua mulher e seus 5 filhos,
representando os retirantes. Ele é forçado a abandonar a fazenda onde
trabalhara. Junta algum dinheiro, compra mantimentos e uma burra para
atravessar o sertão. Tinham o intuito de trabalhar no Norte, extraindo
borracha. No percurso, em momento de grande fome, Josias, o filho mais
novo, come mandioca crua, envenenando-se. Agonizou até a morte. O seu
fim está bem descrito nessa passagem: "Lá se tinha ficado o Josias,
na sua cova à beira da estrada, com uma cruz de dois paus amarrados,
feita pelo pai. Ficou em paz. Não tinha mais que chorar de fome, estrada
afora. Não tinha mais alguns anos de miséria à frente da vida, para
cair depois no mesmo buraco, à sombra das mesma cruz." Uma cena
marcante na vida do vaqueiro foi a de matar uma cabra e depois descobrir
que tinha dono. Este o chamou de ladrão, e levou o resto da cabra para
sua casa, dando-lhes apenas as tripas para saciarem. Léguas após, Chico
Bento dá falta do seu filho mais velho Pedro. Chegando ao Aracape, lugar
onde supunha que ele pudesse ser encontrado, avista um compadre que era
o delegado. Recebem alguns mantimentos mas não é possível encontrar o
filho. Ficam sabendo que o menino tinha fugido com comboeiros de
cachaça. Notem: "Talvez fosse até para a felicidade do menino. Onde
poderia estar em maior desgraça do que ficando com o pai?" Ao
chegarem no campo de concentração, são reconhecidos por Conceição, sua
comadre. Ela arranja um emprego para Chico Bento e passa a viver com um
de seus filhos. Conseguem também uma passagem de trem e viajam para São
Paulo, desistindo de trabalhar com a borracha. O mais famoso livro de
Rachel de Queiroz é mediano com alguns bons momentos.
Resumos / Material
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sábado, 22 de maio de 2010
O Quinze - Rachel de Queiroz
Postado por Marlon às 10:23
Primeiro Plano -
Vicente e Conceição O primeiro e mais popular romance de Rachel
de Queiroz é O Quinze. O título se refere a grande seca de 1915, vivida
pela escritora em sua infância. O romance se dá em dois planos, um
enfocando o vaqueiro Chico Bento e sua família, o outro a relação
afetiva de Vicente, rude proprietário e criador de gado, e Conceição,
sua prima culta e professora. Conceição é apresentada como uma moça que
gosta de ler vários livros, inclusive de tendências feministas e
socialistas o que estranha a sua avó, Mãe Nácia - representante das
velhas tradições. No período de férias, Conceição passava na fazenda da
família, no Logradouro, perto do Quixadá. Apesar de ter 22 anos, não
dizia pensar em casar, mas sempre se "engraçava" à seu primo Vicente.
Ele era o proprietário que cuidava do gado, era rude e até mesmo
selvagem. Com o advento da seca, a família de Mãe Nácia decide ir para
cidade e deixar Vicente cuidando de tudo, resistindo. Trabalhava
incessantemente para manter os animais vivos. Conceição, trabalhava
agora no campo de concentração onde ficavam alojados os retirantes, e
descobre que seu primo estava "de caso" com "uma caboclinha qualquer".
Enquanto ela se revolta, Mãe Nácia à consola dizendo: "Minha filha, a
vida é assim mesmo... Desde hoje que o mundo é mundo... Eu até acho os
homens de hoje melhores." Vicente se encontra com Conceição e sem
perceber confessa as temerosidades dela. Ela começa a trata-lo de modo
indiferente. Vicente se ressente disso e não consegue entender a razão.
As irmã de Vicente armam um namoro entre ele e uma amiga, a Mariinha
Garcia. Ele porém se espanta ao "saber" que estava namorando, dizendo
que apenas era solícito para com ela e não tinha a menor intenção de
comprometimento. Conceição percebe a diferença de vida entre ela e seu
primo e a quase impossibilidade de comunicação. A seca termina e eles
voltam para o Logradouro.