Filho de um humilde carpinteiro,Julien Sorel sonha com uma
vida intensa e gloriosa. Sua desmedida ambição o leva a conviver com a
burguesia provinciana e com a aristocracia parisiense. Ainda assim
Julien continua a ser um pobre no mundo dos ricos. A partir desses
elementos, Stendhal criou um magistral romance psicológico, considerado o
mais significativo da literatura francesa do século XIX.
Resumos / Material
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sexta-feira, 4 de junho de 2010
O Uruguai - Basílio da Gama
Postado por Marlon às 19:01
Em O Uruguai Basílio da Gama faz algumas inovações: usa versos
decassílabos brancos e um tema contemporâneo para um poema épico feito
por dois motivos: exaltar o Marquês de Pombal e sua política, e criticar
os jesuítas. No poema é narrada, apesar de ainda exaltar a natureza
(que não chega a ser bucólica), a tomada de Sacramento pelos portugueses
após o Tratado de Madri em 1750. No drama principal, além dos
personagens jesuítas caricaturizados e do herói português que comandou a
tomada, os índios Sepé (o famoso Sepé Tiaraju), Cacambo e Lindóia. Sepé
morre logo no começo e depois o também guerreiro Cacambo morre.
Lindóia, que era sua esposa, fica extremamente deprimida e deixa que uma
cobra a pique.
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O Tronco do Ipê - José de Alencar
Postado por Marlon às 19:00
A história tem comoo cenário a Fazenda Nossa Senhora do
boqueirão, na zona da mata fluminense. Um velho tronco de ipê, outrora
frondoso, representa a decadência da fazenda. Bem próximo, numa caban,
mora o negro Benedito, espécie de feiticeiro, que guarda o segredo da
família. Mário, o personagem central, que viveu desde criança na
fazenda, juntamente com a prima Alice, descobre que o pai da moça,
Joaquim, é o assassino de seu pai. Desesperado, Mário tenta suicídio,
pois não pode se casar com a filha de um assassino. Mas o negro Benedito
o impede, contando-lhe o segredo: Joaquim não matou o pai de Mário. Ele
foi tragado pelas águas do Boqueirão e está enterrado junto ao tronco
do ipê. Mário reconcilia-se com a vida e casa-se com Alice.
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quarta-feira, 26 de maio de 2010
O Tempo e o Vento - Érico Veríssimo
Postado por Marlon às 16:21
O
Continente - Intercalada pela história do sítio ao sobrado,
onde morre Florêncio Terra e a filha recém-nascida de Licurgo, durante
uma revolta em 1895, onde aparecem também os jovens Rodrigo e Toríbio
Terra Cambará. Conta-se 150 anos da história do RS até aquele ponto pela
vida da família Terra Cambará.
A primeira parte é
A Fonte, já que o que se segue é a história do personagem que se torna a
fonte do qual surge toda a família. É a história do mameluco Pedro
Missioneiro, que nasceu em 1745, morou nos Sete Povos das Missões e
adquiriu de um padre (seu padrinho, que o batizou com o nome de um homem
que um dia quis matar pela amante antes de se tornar padre) uma adaga
que passa pela família. Pedro tinha visões que se realizavam, dizia ser
filho da Virgem Maria e sai da Missão três meses após a morte de Sepé
Tiaraju.
A segunda parte é
Ana Terra. Ana é a jovem filha de Maneco Terra que ajuda Pedro
Missioneiro a se curar após cair ferido, já homem, em seu rancho. Ana
Terra se apaixona por Pedro e dele engravida, passando assim a ser
desprezada pelo pai e os irmãos, que matam Pedro. Quando o rancho é
atacado, seu pai, seu irmão (o outro se mudara e abrira uma venda) e
dois escravos são mortos e ela é estuprada, mas sua cunhada e as
crianças se salvam disto tudo escondidos. Após enterrar os cadáveres,
ela segue para as terras do Coronel Amaral para ajudar na fundação de um
povoado chamado Santa Fé. Lá se torna a parteira.
Já Um certo
Capitão Rodrigo conta a história de Rodrigo Cambará, um anti-herói que
chega ao povoado de Santa Fé e se apaixona por Bibiana, neta de Ana
Terra e filha de seu único filho Pedro. Bibiana era disputada pelo jovem
Bento Amaral, o que leva Rodrigo e ele a duelarem de arma branca.
Rodrigo entalha um P na cara do outro, mas leva um tiro traiçoeiro antes
de por a perninha do R. Quando o padre lhe visita para dar a
extrema-unção, Rodrigo lhe dá uma figa e começa a melhorar. Rodrigo mais
tarde se casa com Bibiana, também apaixonada, apesar de contrariada
pelo pai Pedro Terra. Rodrigo abre um negócio com Juvenal Terra, primo
de Bibiana e começa a se degenerar, traindo Bibiana, bebendo e jogando.
Quando uma das filhas do casal, Anita, morre, Rodrigo está jogando e é
avisado do estado da menina, mas demora a ir para casa. Quando o faz,
revolta-se em negação mas finalmente sucumbe ao choro. Redime-se e
torna-se melhor que antes, bebendo após isso tudo um único gole, quando
nasce sua nova filha, Leonor, que passa a ser companhia de seu primeiro
filho Bolívar. Rodrigo vai então para a Guerra dos Farrapos e, ainda
durante a guerra, volta para Santa Fé atacar a residência dos Amarais.
Ele ama Bibiana mais uma vez e promete voltar, mas cai com um tiro no
peito durante um ataque.
A teiniaguá conta
sobre Luzia, Florêncio e Bolívar. Florêncio é o folho de Juvenal e
melhor amigo de Bolívar durante a infância. Luzia é a neta de um agiota
que se estabelece em Santa Fé. Doente mental, Luzia é sádica, como a
teiniaguá, uma lenda gaúcha que conta de uma princesa moura transformada
em cobra com cabeça de diamante que gosta de ver outros sofrerem, mas
sua beleza atrai todos os homens, incluindo Florêncio e Bolívar. Ela se
casa com Bolívar depois que este volta da guerra, muito perturbado.
Lentamente eles começam a se afastar dos amigos. Por fim (quase tudo
isto observado pelo ponto de vista do médico da cidade, Carl Winter) ela
demonstra todo sadismo ao continuar em Porto Alegre durante uma visita
mesmo estando uma epidemia do cólera acontecendo. Ao voltarem, ambos se
trancam no quarto após uma violenta discussão de Luzia com Bibiana.
Luzia se sente presa a Santa Fé. Bibiana, que estimulara a união para
passara a viver no Sobrado, construído no terreno da casa de seu pai e
tomado pelo agiota, sabe como Luzia é má. O doutor finalmente fala com
Bolívar e este revela que tudo que queria era fugir para uma guerra.
Como eles estão de quarentena no sobrado, obra de vingança do Coronel
Bento Amaral por ser Bolívar filho do homem que lhe talhou o rosto,
Rodrigo sai atirando do Sobrado contra os homens que lhe prendiam
humilhantemente em casa e cai morto, enviuvando Luzia e deixando órfão
de pai seu filho Licurgo.
A Guerra conta a
história dos anos finais de Luzia e sua disputa com Bibiana pelo amor de
Licurgo enquanto este cresce. Luzia está na época com um tumor no
estômago, e a preocupação principal de Bibiana é permanecer no Sobrado.
Luzia, ao final, perde a guerra não declarada, pois o que queria era um
filho cosmopolita, e Licurgo continua em Santa Fé.
Ismália conta a
história de Licurgo já mais velho trabalhando em Santa Fé com seu melhor
amigo, o jornalista Toríbio, pela proclamação da República, tudo
enquanto envolvido com o casamento com a prima Alice, filha de Florêncio
Terra e a amásia, Ismália. Ismália é uma china (palavra usada até hoje
em partes do Rio Grande do Sul que designa uma "mulher da vida")
submissa a Licurgo do qual este gosta e permanece assim pelos anos que
seguem e engravida dele. A luta pela República enfim tem sucesso e a
rivalidade dos Terra Cambará com os Amaral continua com Alvarino e
Licurgo, como antes fora com Bento e Rodrigo. As continuações são O
Retrato e O Arquipélago.
O Retrato - Dividido em quatro partes, conta a história da família Terra Cambará até 1945, completando junto com O Arquipélago mais 50 anos da história do RS.
Rosa-dos-ventos
conta da chegada de Rodrigo Cambará do RJ logo após a deposição de
Getúlio Vargas em 1945, visto apenas sob o ponto de vista dos habitantes
da cidade fofocando sobre seu passado e sobre sua atual situação de
saúde, política e família, com opiniões variadíssimas. Aparece aqui a
explicação para o título do livro: o retrato é uma pintura feita por um
pintor de Rodrigo com vinte e quatro anos em que a própria personalidade
de Rodrigo, junto com seu passado presente e futuro, parece transpirar.
Chantecler mostra
o jovem Doutor Rodrigo Terra Cambará chegando a Santa Fé em fins de
1909, idealista, pensando em revolucionar a cidade. Sua primeira
empreitada é a campanha civilista pelo candidato Rui Barbosa para
presidente, pela qual ele funda o jornal A Farpa. Usando "A Farpa"
Rodrigo e seus amigos, especialmente o pintor espanhol anarquista Pepe
Garcia, que como o Doutor Winter se sente preso misteriosamente a Santa
Fé. Pepe trabalha como tipógrafo n'A Farpa e Rodrigo escreve artigos em
favor de Barbosa. Mas Hermes da Fonseca vence a eleição e Rodrigo se
desilude com a política. Rodrigo também age com um desprendimento total
em relação a dinheiro, presenteando e ajudando muitos, como o jovem
Marco a quem ele dá dinheiro para começar uma fábrica, e os vários
pobres das favelas de Santa Fé aos quais ele atende gratuitamente,
distribuindo comida e alimentos no inverno, apesar da reprovação do
anarquista Pepe e de seu positivista amigo, o Tenente Rubim. No plano
romântico Rodrigo se enamora de Flora e corteja-a do modo tradicional,
muito a contragosto. Sua carne é fraca, no entanto, e ele acaba por se
deitar algumas vezes com uma jovem Caré tal qual o pai e outras jovens.
Mas ainda assim continua pensando em sua Flora, filha de um arruinado
estancieiro, Aderbal Quadros. Também deve se destacar que Santa Fé está
toda preocupada com a passagem do cometa Halley, já que diziam que este
destruiria a Terra ou envenenaria a todos com sua cauda. O título deste
segmento, Chantecler, deve-se ao personagem de uma peça de Rostand que
estréia em Paris durante esta época, no qual o personagem principal é um
galo imponente que se ilude achando que o sol não nasce sem o seu
cantar, tal qual Rodrigo se vê como uma figura capaz de corrigir todos
os males de Santa Fé.
A sombra do anjo
conta a história de Rodrigo já casado e com dois filhos em 1914-15, numa
Santa Fé sem Pepe e com adversários inertes. Rodrigo continua fazendo
clínica e morando na cidade, enquanto o pai e o irmão passam a maior
parte do tempo no Angico, a fazenda da família. O que move a história é,
no plano político, a candidatura ao Senado do Marechal Hermes da
Fonseca, seu desafeto, e no plano pessoal a paixão que Rodrigo sente por
Toni Weber. A família Weber é uma família de músicos austríacos que
chegam a Santa Fé, com quem Rodrigo primeiro não simpatiza por serem da
pátria aliada a Alemanha a quem odeia em tempos de guerra. Mas após
ouvi-la passa a simpatizar com ela e se apaixona por Toni. Quando estes
são roubados por seu empresário, Rodrigo arranja que possam permanecer
na cidade, trabalhando no cinema às custas de Rodrigo. Numa das visitas
ao Sobrado ele finalmente conquista Toni, que também o ama. Eles passam a
se encontrar, pouco mas intensamente na casa dela. Um dia ela vai ao
hospital de Rodrigo (ele clinicava lá e o doutor Carbone operava) e
conta a ele que está grávida. Rodrigo pensa em aborto, em casa-la, em
tudo. Mas nada adianta, pois quando ela está para se casar com um
colono, ela se mata. Rodrigo confessa ao irmão e ao padre, que cuidam
dele. Quando ele vai para o Angico, tenta disfarçar mas acaba contando
ao pai, que se desaponta com ele. Rodrigo fica então em sua cama, quase
enlouquecido, pensando, delirando, com o mal que fizera àquela que ama.
Uma vela para o
Negrinho conta já em 1945 sobre os filhos de Rodrigo Cambará reagindo a
conjuntura político-familiar do momento. Floriano está a visitar o
cemitério e vê a tumba de Toni Weber sem conhecer a história por trás da
moça, pensando numa história para escrever. Fala com Pepe no bar, que
diz que Rodrigo o traiu e traiu o Retrato. Depois começa a inventariar a
família e a pensar no irmão mais novo, o comunista Eduardo. Eduardo
está enquanto isto a fazer um discurso comunista na praça a frente do
Sobrado enquanto Rodrigo convalesce. Após o discurso Floriano e Eduardo
discutem e Rodrigo chama Eduardo para conversar. Floriano vai até o
pátio com Maria Valéria, que acende uma vela para o Negrinho do
Pastoreio (reza a tradição que ele acha o que foi perdido) para que os
Terra Cambará encontrem o que perderam.
O
Arquipélago - O Arquipélago continua coma história da família
Terra Cambará com o Dr. Rodrigo. Entrelaçada por Reunião de Família, a
história da família se reunindo após a queda de Vargas, com Rodrigo a
beira da morte em 1945 continua a história de Rodrigo e Toríbio. Depois
de dois infartos e sofrendo de edema pulmonar, Rodrigo passa ao tempo
todo acamado, com a amante num hotel da cidade (ela veio do Rio de
Janeiro por conta própria), e os filhos desentendidos. Floriano, o
intelectual passivo está apaixonado por Sílvia, mulher de seu irmão
Jango, um homem simples. Eduardo milita o comunismo e ataca o pai até em
praça pública, enquanto Bibi simplesmente se sente deslocada em Santa
Fé, com o segundo marido. Maria Valéria está cega e Flora mantém um
casamento apenas de fachada com Rodrigo.
A maioria do
tempo vêem-se discussões políticas entre Rodrigo, Tio Bicho (amigo da
família e confessor de Floriano), Irmão Zeca (filho bastardo de Toríbio
que se tornou irmão marista), Terêncio Prates (sociólogo formado pela
Sorbonne e estancieiro), acabando sempre na figura de Getúlio Vargas que
Rodrigo tanto defende. Rodrigo enquanto isto também desobedece às
ordens de Dante Camerino, seu médico (ele chegou a ter um encontro com a
amante) e Floriano confessa a Tio Bicho o que sente por Rodrigo.
As anotações
(Caderno de Pauta Simples) de seu filho mais velho, o escritor Floriano,
também intercalam a história. Elas são um preenchimento de lacunas
sobre acontecimentos menores da história; reminiscências de infância e
adolescência, onde se lembra como se sentia por Rodrigo, o colégio
interno onde era um dos amantes da mulher do diretor (eram ambos
pederastas); impressões sobre o dia-a-dia daquela reunião; memórias de
quando era professor universitário de Literatura Brasileira em São
Francisco, onde reencontra Mandy Patterson, a americana que namorara no
RJ e o afastou de Sílvia. E aparece também um germe para o romance que
pretende escrever, fechando duzentos anos de história, que é na verdade a
história da própria família Terra Cambará, dando caráter autobiográfico
ao personagem (ele vai afinal, escrever o livro que agora lemos),
começando pela história de Pedro Missioneiro, uma que ele não chegou a
conhecer já que Ana Terra nunca revelou. Essas duas últimas citações dão
caráter autobiográfico a Floriano, já que o autor foi professor de
Literatura Brasileira e, bem, escreveu esta história.
A primeira parte é
O deputado, que conta sobre Rodrigo em 1922, deputado estadual
chimango. Mas a desilusão com o partido que ele e seu pai passam a
sofrer leva ele a renunciar ao cargo com um discurso inflamado na
assembléia municipal. Passa então mais uma noitada no Rio e volta para
Santa Fé e discute política com os amigos e se prepara psicologicamente
com o irmão para a revolução que eles temem que virá. Lenço encarnado
conta sobre a revolução de 23 e a participação dos Cambarás. Por causa
das fraudes nas eleições estaduais, começa uma luta entre os borgistas
(chimangos, situação, inimigos dos Cambarás) e assisitas (maragatos,
oposição, derrotados pela fraude, ironicamente com a participação dos
ex-inimigos jurados dos Cambarás). A revolução começa em janeiro e as
tropas dos maragatos se reúnem, mas só partem com o consentimento e sob o
comando de Licurgo quando Alvarino Amaral decide lutar separado. É um
sinal das cicatrizes que ficaram da revolução de 95, quando a filha de
Licurgo, seu sogro e um agregado morreram. A coluna dos Cambará leva
Miguel Ruas, o promotor que nem sequer gaúcho era; Liroca, quixotesco; a
Cacique Fagundes e Juquinha Macedo, dois chefes tradicionais (o
primeiro morre); caboclos pegos no meio do caminho (vários dos quais
morrem); Rodrigo, Toríbio e Licurgo. Eles marcham pelo estado, andando
mais que lutando, e por estas batalhas caem uns e tomam-se munição e
outras coisas. Ruas morre na tomada de Santa Fé e Licurgo numa das
últimas batalhas, com Rodrigo ao seu lado gritando por um médico,
esquecido que ele mesmo era um. Por todo este tempo as mulheres e
crianças ficam no Sobrado, Flora desesperada (este capítulo revela que
Flora conhece as escapadas do marido, a de Toni Weber em especial) e
Maria Valéria cuidando de tudo. A revolução acaba em outubro, com vários
mortos e uma paz que manda que o governador reeleito Borges de Medeiros
não o seja mais e outras concessões.
Um certo Major
Toríbio é a parte que relata sobre os três anos seguintes, as revoltas
contra Artur Bernardes, presidente na maioria do tempo em que isto se
passa (Washington Luís toma posse mais para o fim). Toríbio se junta,
contra a vontade de Rodrigo, a Coluna Prestes. Mas ele só é visto mais
ao final da história, que se passa a volta de Rodrigo, chocado pela
morte da filha (ele leva um ano para se recuperar, ainda assim nem
muito) e ainda perturbado com a do pai. Mostra também a partida do
quieto Floriano, já com jeito para letras, para estudar em Porto Alegre.
Quando finalmente recebe notícias de seu irmão, vindas do já
tenente-coronel Rubim, Rodrigo parte para o Rio e Toríbio é liberto da
prisão. Chegando ao Sobrado, Toríbio conta de sua experiência com a
Coluna Prestes aos mais chegados e como só se salvara de morrer porque
um militar cujo a vida Rodrigo salvou era o responsável pela execução.
Mas foi preso ainda assim. É importante dizer também que, desiludido com
a medicina após a morte de Alicinha, Rodrigo vende a farmácia e a Casa
de Saúde aos médicos que o ajudavam, Dante Camerino e Carlo Carbone,
fecha o consultório e entrega a administração do Angico ao sogro.
O cavalo e o
obelisco é a história da Revolução de 1930, mostrada desde poucos meses
antes até poucos dias depois. A medida que a tensão cresce vai
mostrando-se a confusão de sentimentos sobre o Getúlio Vargas que
Rodrigo esgota e vem a admirar tanto mais tarde. Como o pai, Rodrigo é
obrigado a se aliar com os antigos inimigos (Laco Madruga dessa vez)
relutantemente. Floriano, já mais velho, parasitando de modo ainda mais
relutante em Rodrigo e sentindo-se mal por isso é obrigado pelo pai.
Homem de paz, quando durante a tomada da guarnição federal de Santa Fé o
pai é ameaçado de morte por um homem que era amigo, Floriano não o mata
em defesa do pai, mesmo depois que este já havia sido alvejado pelo
Tenente no ombro. Floriano foge então sendo chamado de covarde pelo pai.
O homem, Tenente Bernardo Quaresma, estava acuado no escritório, não
tendo sentido a explosão das granadas por estar acompanhado de um
cachorro, que depois assombrou Santa Fé. Rodrigo acaba por dar o
primeiro dos tiros que mata este Tenente, que era apaixonado pela mulher
com quem Rodrigo estava traindo Flora na época, uma poetisa. Rodrigo
passa a se atormentar pela morte de Quaresma a partir daquele dia.
Depois ele se encontra com Getúlio Vargas na estação, faz um discurso
dramático e parte para o Rio de Janeiro. Noite de Ano-Bom mostra um
único dia: 31/12/1937. Começando com o enterro da mãe de Arão Stein, que
se encontra na Guerra Civil na Espanha, financiado por Rodrigo.
Eduardo, influenciado por Stein, já principia a militar o comunismo.
Floriano se sente um covarde por não ter revelado à Sílvia seus
sentimentos, que agora percebe o quanto eram profundos ao vê-la, no dia
de seu noivado com Jango. Então se lembra do relacionamento com a
americana no RJ que o afastou de Sílvia.
Já aqui a
história se foca mais em Floriano que Rodrigo e mostra o quão corrompida
foi a família desde 1930. O noivado realiza-se sob um clima pesado com
Rodrigo defendendo, apesar de ainda não ter digerido, o Estado Novo de
todos, inclusive seu irmão Toríbio. Escala também o nazi-fascismo em
Santa Fé. Corre tudo relativamente bem, exceto pelo desentendimento
entre Toríbio e Rodrigo, até que alguém propõem um brinde à Getúlio
Vargas e ao Estado Novo. Toríbio se revolta, faz um pequeno escândalo e
sai com Floriano para um baile numa das favelas de Santa Fé. Tentando
seduzir uma jovem mulata, mete-se numa briga com o outro pretendente.
Floriano ainda ataca um de seus inimigos com uma garrafada (gesto que
não pode realizar em prol do pai), mas muita tarde. Toríbio é ferido na
virilha e se esvai em sangue, chegando morto ao hospital, suas últimas
palavras sendo "Um piazinho de merda..".
Do diário de
Sílvia vem o preenchimento dos anos seguintes à tragédia, com impressões
sobre seus sentimentos em relação a Floriano, quase idênticos aos que
este sentia; o casamento infeliz e sem amor com Jango; as dúvidas quanto
a sua religiosidade; a correspondência com Floriano; as confidências
com e de Arão Stein (de volta da Espanha. Mais tarde expulso do PC,
começa a enlouquecer) e Zeca (já usando o nome de Irmão Toríbio).
Lembra-se também da infância infeliz e como idolatrava a "gente do
Sobrado", sentindo-se em incesto quando dorme com Jango. E registra as
reações em relação à guerra, a volta de Pepe Garcia e o que Floriano lhe
escreve dos EUA. Encruzilhada, a última parte, tem um título que define
a situação em que a família, p país se encontra naquele final de 1945:
estão numa encruzilhada da vida.
Começa a história
com Arão Stein, enlouquecido pela expulsão do PC se matando, enforcado
na figueira na praça central de Santa Fé. Em seguida passa-se seu
funeral e enterro (Rodrigo não fica sabendo), onde Rodrigo, Zeca e Roque
Bandeira discutem mais uma vez. Stein é enterrado sem ter a alma
encomendada, como todo suicida. No Sobrado, Floriano se cruza com
Sílvia, abraça-a e beija-a, mas ambos se separam e ela foge. Depois ele e
Sílvia tem uma conversa séria e ela lhe entrega para ler seu diário.
Antes de lê-lo, Floriano tem a conversa definitiva no qual desabafa tudo
o que pensava e sentia sobre sua relação com o pai, cortando
definitivamente o cordão umbilical que os prendia, reconciliando-se com
ele e consigo mesmo. Rodrigo, já liberado por Dante para voltar ao Rio,
manda Sônia, sua amante de volta antes e planeja romper com ela.
Floriano sobe até seu refúgio no sótão e lê o diário de Sílvia, sente-se
afinado, inveja Zeca por ter com ela uma intimidade que ele nunca terá e
finalmente lê a última frase onde ela revela estar grávida. Rodrigo e
Flora ouvem isto e ficam felizes. Rodrigo prepara-se então para voltar
ao RJ, mas morre antes. Seu funeral se processa como era de se esperar.
Na noite de Ano-Bom acontece a festa tradicional, morre Laco Madruga,
vê-se todos os personagens por uma última vez e muito é revelado.
Floriano planeja construir as pontes que ligarão sua ilha a este
Arquipélago de pessoas.
E ao final,
enquanto o neto de Alvarino Amaral, admirador do escritor e conterrâneo
Floriano Cambará, compõem seu primeiro poema e pensa em se aconselhar
com ele, Floriano escreve as primeiras linhas de seu romance catártico
que contará a história de sua família: as primeiras palavras de O Tempo e
O Vento.
O Sorriso do Lagarto - João Ubaldo Ribeiro
Postado por Marlon às 16:18Estilo Contemporâneo - estilo que vai do erudito (cientificismo) ao coloquial (línguagem chula). Romance de tese: debate o Evolucionismo e o Humanismo. Enredo Romance escrito em 3ª pessoa - ambientado na Ilha de Itaparica na Bahia. É descoberto na ilha por pescadores locais (João Pedroso - sociólogo amador) e Pe Monteirinho o envolvimento de Lúcio Nemésio (médico pesquisador) com Engenharia Genética; criação de monstros em laboratório. O caso é denunciado porém, por falta de credibilidade e provas é abafado! João Pedroso é morto por ter envolvido com Ana Clara, mulher de Ângelo Marcos. Trecho ...diz dr. Lúcio Nemésio: "-Os animais tem alma? Animal, animal, todo mundo sabe disso. Então só tem alma etimológica ou têm alma mesmo? A alma é privativa dos mamíferos superiores? Dos primatas?" Preste Atenção - Na humanização dos animais: "O Sorriso do Lagarto". - Na animalização dos humanos: Ângelo Marcos, homem sem caráter e de instintos irreprimíveis!
O Sol também se Levanta - Ernest Hemingway
Postado por Marlon às 16:17
Com empolgante
sentido humano, o livro narra as desilusões de um grupo de americanos
ricos, "exilados" em Paris logo após a Primeira Guerra Mundial. Em busca
de emoções fortes, vão para a Espanha, onde assistem à fiesta,
espetáculo composto de danças , missas, procissões, touradas. No meio da
alegria que antecede o retorno ao marasmo habitual, um sofrida gistória
de amor se desenrola: o amor de Barnes e Brett/ Amor frustado de um
mutilado de guerra , touro ferido e incapaz de viver sua própria fiesta.
O Sertanejo - José de Alencar
Postado por Marlon às 16:16
Um dos romances bastantes brasileiros em que
Alencar dá expansão ao seu gênero de pincelador retratando com belas e
radiantes cores a paisagem do sertão um destemido vaqueiro a serviço
capitão-mor Arnaldo Campelo que enfrenta os mais sérios riscos na
esperança de constar a simpatia da filha do fazendeiro. Arnaldo tem
destaque nas cavalhadas a maneira medieval de Ivone famosas liças.
Marcos Fragoso se faz seu único rival. Afinal Dona Flor é prometida a
Leandro Barbilho. No instante casamento, surge os inimigos de Campelo.
Encerra o tiroteio, morre Leandro Barbalho, Dona Flor lamente enquanto
Arnaldo tenta consolá-la. O trecho selecionado permitirá a análise do
relacionamento exixtente entre Arnaldo e D. Flôr. Possibilitando-nos a
comparação com o trecho de Inocência. "Já tinham soado no sino da capela
as últimas badaladas do toque de recolher. Por toda a fazenda da
Oiticica , sujeita a um certo regime militar, apagavam-se os fogos e
cessava o burburinho da labutação quotidiana. Só nas noites de festa
dispensava o capitão-mor essa rigorosa disciplina, e dava licença oara
is sanbasm que então por desforra atravessavam de sol a sol. Era uma
noite de escuro; mas como o são as noites do sertão, recamadas de
estrelas rutilantes, cujas centelhas se cruzam e urdem como a finíssima
teia de uma lhama acetinada. A casa principal acabava de fechar-se e das
portas e janelas apenas escapavam-se pelos interstícios uma réstias de
luz, que iam a pouco extinguindo-se . Nesse momento um vulto oscilou na
sombra, e coseu-se à parece que olhava para o nascente. Era Arnaldo.
Resvalando ao longo do outão, chegara à janela do camarim de D. Flôr, e
uma força irresistível o deteve ali. No gradil das rótulas recendia um
breve perfume, como se por ali tivesse coado a brisa carregada das
exalações da baunilha. Arnaldo adivinhou que a donzela antes de
recolher-se, viera respirar a frescura da noite e encostara a gentil
cabeça na gelosia , onde ficara a fraguância de seus cabelos e de sua
cútis acetinada. Então o sertanejo, que não se animaria nunca a tocar
esses cabelos e essa cútis, beijou as grades para colher aquela emanação
de D. Flôr, e não trocaria decerto a delícia daquela adoração pelas
voluptuosas carícias da mulher mais formosa. Aplicando o ouvido percebeu
o sertanejo no interior do aposento um frolico de roupas, acompanhado
pelo rumor de um passo breve e sutil. D. Flôr volvia pelo aposento.
Naturalmente ocupada nos vários aprestos do repouso da noite. Um doce
sussuro,como da abelha ao seio do rosal, advertiu a Arnaldo que a
donzela rezava antes de deitar-se e involuntariamente também ajoelhou-se
para rogar a Deus por ela. Mas acabvou suplicando a flôr perdão para a
sua ternura. Terminada a prece a donzela aproximou-se do leito. O
amarrotar das cambraias a atulharem-se indicou ao sertanejo que Flor
despia as suas vestes e ia trocá-las pela roupa de dormir. Atraves das
abas da janela, que lhe escondiam o aposento, enxergou com os olhos
d'álma a donzela, naquele instante em que os castos véus a abandonavam;
porém seu puro o céu azul ao deslize de uma nuvem branca de jaspe
surgisse uma estrela. A trepidação da luz cega; e tece um véu
cintilante, porém mais espesso do que a seda e o linho. Cessaram de todo
os rumores do aposento, sinal de que D.Flôr se havia deitado/ Ouvindo
um respiro brando e sutil como de um passarinho, conheceu Arnaldo que a
donzela dormia o sono plácido e feliz. Só então afastou-se para acudir
ao emprazamento que recebera"
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